V DE VINGANÇA E A RESISTÊNCIA CONTRA UM GOVERNO FASCISTA
Anonymous, Mídia Ninja, Movimento Brasil Livre e milhares de outros grupos se espalham na esfera das redes sociais como ferramentas de ativismo. Podemos entender como ciberativismo, quando um grupo ou movimento que utiliza das plataformas on-line para mobilização e debate de causas sociais, politicas e culturais, a fim de realizar atos dentro ou fora da internet. Segundo dados levantados pelo próprio Facebook, mais de 92 milhões de pessoas acessaram a rede social por mês em 2014 no Brasil, o que equivale a 45% da população total. Neste mesmo ano, com a popularização da rede social no país, manifestações foram organizadas através das ferramentas oferecidas pelo Facebook, levando milhares de brasileiros para as ruas em protesto contra a Copa do Mundo de 2014. Um dos símbolos mais marcantes deste período, foi a apropriação da máscara utilizada no filme “V de Vingança”.
V de Vingança, trailer legendado
Inspirado no HQ ilustrado por David Lloyd e escrito por Alan Moore, V de Vingança (V for Vendetta, 2006) ganhou a tela dos cinemas através da adaptação produzida pelos irmãos Wachowski. O longa distópico retrata a Inglaterra num período pós-guerra, comandada por um governo ditatorial, que obtinha controle total de sob a população e a privacidade individual era quase nula. Dentro desse contexto, surge “V”, um anti-herói e hacker, que utiliza das mídias e do ciberativismo para se voltar contra o governo como potência, conseguindo preservar seu anonimato e o apoio da população.
Um dos princípios básicos da democracia é uma mídia livre e plural, onde toda a população tenha o direito à palavra e que toda informação seja circulada sem qualquer tipo impedimento. Em V de Vingança, este princípio é quebrado quando apenas o governo tem voz e dita o que pode ou não ser circulado nas mídias. Isso ainda acontece, mesmo que de forma velada, inclusive em governos democráticos como o do Brasil. As mídias tradicionais (rádio, TV, jornais) são comandadas por grupos ligados a partidos políticos e as novas mídias on-line, que deveriam ser um espaço de resistência, não nos garante anonimato e segurança, uma vez que nossos dados podem ser acessados pelo governo, mesmo com a existência do marco civil. No filme, todos os dados dos cidadãos podem acessados pelo governo, como forma de vigilância e controle, uma vez que tudo que as pessoas fazem geram rastros. Segundo Foucault, o biopolítica implica forma como o governo lida e interfere no divíduo, entretanto, esse poder totalitário não está ligado somente a um líder em específico, mas toda uma classe dominante em prol de uma dominação.
Em V de Vingança, o protagonista utiliza-se do seu conhecimento como hacker
para acessar as informações do governo para descobrir de qual forma ele está sendo vigiado pelo mesmo. Mais uma vez, o “vigiar e punir” de Michel Foucault está presente na trama, entretanto, o seu anonimato lhe permite driblar o sistema e pôr em prática seus atos de ativismo, transmitindo sua mensagem contra o governo fascista. V consegue invadir a rede de TV nacional, chamando atenção da população inglesa, formando um amplo grupo de adeptos e inconformados com o sistema de governo, para lutar em um ato organizado e planejado contra o atual sistema da Inglaterra. O vigiar e punir se revela novamente, quando o governo se vê ameaçado pelo grande número de pessoas que começam a se rebelar contra ele, então reforça a vigilância e controle da sua oposição, para mais tarde puni-los com tortura, para conseguir informações.
Ora, o ciberativismo pode surgir de várias formas, com diferentes ideologias e organizações, e no caso do V de Vingança, como resistência a um governo fascista. No filme, a oposição teve sucesso na derrubada do governo, quando grande parte da população sai as ruas com a máscara do V, preservando seu anonimato e como simbologia de um grupo que se organizou por uma causa em específico. No Brasil, temos presença de grupos a favor e contra o atual governo, e o ciberativismo tende a tomar proporções enormes, inclusive no movimento contrário, elegendo um governo com ideais fascistas.
para acessar as informações do governo para descobrir de qual forma ele está sendo vigiado pelo mesmo. Mais uma vez, o “vigiar e punir” de Michel Foucault está presente na trama, entretanto, o seu anonimato lhe permite driblar o sistema e pôr em prática seus atos de ativismo, transmitindo sua mensagem contra o governo fascista. V consegue invadir a rede de TV nacional, chamando atenção da população inglesa, formando um amplo grupo de adeptos e inconformados com o sistema de governo, para lutar em um ato organizado e planejado contra o atual sistema da Inglaterra. O vigiar e punir se revela novamente, quando o governo se vê ameaçado pelo grande número de pessoas que começam a se rebelar contra ele, então reforça a vigilância e controle da sua oposição, para mais tarde puni-los com tortura, para conseguir informações.
Ora, o ciberativismo pode surgir de várias formas, com diferentes ideologias e organizações, e no caso do V de Vingança, como resistência a um governo fascista. No filme, a oposição teve sucesso na derrubada do governo, quando grande parte da população sai as ruas com a máscara do V, preservando seu anonimato e como simbologia de um grupo que se organizou por uma causa em específico. No Brasil, temos presença de grupos a favor e contra o atual governo, e o ciberativismo tende a tomar proporções enormes, inclusive no movimento contrário, elegendo um governo com ideais fascistas.
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